Mariana Rafeiro
Diretora de Government Affairs
Este artigo foi escrito em co-autoria com Pedro Soares, National Security Officer da Microsoft Portugal.
As eleições legislativas em Portugal, realizadas a 18 de maio de 2025, ocorreram num momento em que as democracias em todo o mundo enfrentam desafios digitais sem precedentes. O aumento de conteúdos gerados por Inteligência Artificial (IA), como as deepfakes, e outras formas de manipulação digital representam riscos significativos para a integridade eleitoral e a confiança pública.
Na Microsoft, estamos empenhados em salvaguardar os processos democráticos e em disponibilizar às partes interessadas as ferramentas necessárias para proteger a integridade das eleições.
À medida que Portugal se aproxima de momentos eleitorais cruciais, garantir a transparência e a fiabilidade do processo democrático tornou-se mais importante do que nunca. Com a IA a moldar cada vez mais a forma como a informação é criada e consumida, os riscos associados a conteúdos manipulados estão a aumentar. Na Microsoft, estamos comprometidos com a defesa das instituições democráticas e dos seus intervenientes, apoiando a integridade eleitoral e ajudando os eleitores a navegar num panorama digital em constante evolução.
Com base na nossa experiência internacional e num conhecimento aprofundado das ameaças potenciadas por IA e ciberataques, estamos a implementar uma abordagem multifacetada e apartidária para apoiar os processos democráticos e a resiliência da sociedade portuguesa.
Ao longo do último ano, a Microsoft relacionou-se diretamente com milhares de líderes políticos, entidades públicas, profissionais da comunicação social e académicos na UE e em Portugal, através de formações e workshops sobre cibersegurança e deepfakes. Estas sessões focaram-se, frequentemente, na sensibilização para o uso crescente de media sintética e nas táticas utilizadas por agentes maliciosos para atingir intervenientes e instituições democráticas. Os participantes foram capacitados para identificar conteúdos enganosos gerados por IA e receberam ferramentas e boas práticas para reforçar as suas defesas digitais.
Este tipo de formação é especialmente importante no período que antecede as eleições, quando figuras públicas e instituições estão mais vulneráveis a campanhas de desinformação e ciberataques.
Os esforços da Microsoft em Portugal fazem parte de uma iniciativa global mais ampla para combater o uso enganoso da IA em contextos eleitorais. Na Europa, no ano passado, juntámo-nos a outras 27 empresas tecnológicas na assinatura do Acordo Tecnológico para Combater o Uso Enganoso da IA nas Eleições de 2024, promovendo a transparência e a literacia digital através de inovações como a proveniência de conteúdos e a disponibilização de um portal de denúncia de deepfakes para candidatos. Como parte do nosso compromisso com a proteção das eleições, também desenvolvemos uma campanha informativa dirigida a todas as entidades eleitorais e reguladores nacionais.
Estas iniciativas sublinham a importância da ação coletiva. Em 2025, em países como o Canadá e a Austrália, a Microsoft colaborou estreitamente com partidos políticos e entidades eleitorais, oferecendo formações sobre as ameaças das deepfakes e soluções técnicas para verificar a autenticidade dos conteúdos digitais.
Em preparação das eleições legislativas de 18 de maio e das eleições autárquicas previstas para o outono de 2025, a Microsoft ativou apoio especializado através de serviços como o AccountGuard, que oferece deteção avançada de ameaças e suporte em cibersegurança. Estamos também a colaborar com estudantes de jornalismo, jornalistas e académicos para reforçar a sua segurança enquanto fontes de informação credíveis e combater conteúdos prejudiciais gerados por IA. Em Portugal, implementámos ainda monitorização de ameaças em tempo real, um centro de comunicações eleitorais e parcerias para garantir a integridade do processo eleitoral.
À medida que Portugal se prepara para mais um momento democrático importante neste outono, a Microsoft mantém-se firmemente empenhada em apoiar um processo eleitoral seguro e transparente. Ao combinar tecnologia, educação cívica e colaboração intersetorial, procuramos contribuir para minimizar a influência da desinformação gerada por IA, ao mesmo tempo que capacitamos os eleitores a tomar decisões informadas e seguras.
Proteger a democracia é uma responsabilidade partilhada. Juntos — Governos, autoridades eleitorais e regulatórias, media, sociedade civil e cidadãos — podemos garantir que as eleições em Portugal continuam a ser livres, justas e dignas de confiança.
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Digital Transformation Lead, Public Sector, Western Europe
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